CPI do Crime Organizado realiza reunião de instalação. (Foto: Agência Senado)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado começou oficialmente seus trabalhos nesta terça-feira (4) no Senado com a convocação de autoridades de peso. Os primeiros nomes confirmados incluem os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e José Múcio (Defesa), além dos chefes da Polícia Federal, Andrei Passo Rodrigues, e da Abin, Luiz Fernando Corrêa.

Também foram chamados os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Cláudio Castro (RJ), por liderarem estados com forte atuação das facções PCC e Comando Vermelho. A CPI pretende investigar a estrutura, funcionamento e expansão dessas organizações criminosas, com prazo inicial de 120 dias, prorrogável por mais 60.

Governadores convocados

A lista de convocados inclui 11 governadores, divididos entre estados com altos índices de violência e estados considerados mais seguros:
Estados com maior vulnerabilidade:

Jerônimo Rodrigues (BA)
Elmano de Freitas (CE)
Paulo Dantas (AL)
Raquel Lyra (PE)
Clécio Luís (AP)

Estados e DF com melhores indicadores:

Jorginho Melo (SC)
Ratinho Jr. (PR)
Eduardo Leite (RS)
Ibaneis Rocha (DF)

Todos serão acompanhados por seus respectivos secretários de segurança pública, com o objetivo de entender as políticas adotadas e os desafios enfrentados no combate ao crime organizado.

Especialistas e imprensa

A CPI também convocou jornalistas investigativos e especialistas em segurança pública para contribuir com análises técnicas e relatos de campo. Entre os nomes confirmados estão:

Josmar Josino (UOL)
Rafael Soares (O Globo)
Cecília Olliveira (Instituto Fogo Cruzado)
Bruno Paes Manso (USP)
Alan de Abreu (Revista Piauí)
Rodrigo Pimentel (consultor e ex-capitão do BOPE)

Estrutura da CPI e plano de ação

A comissão é presidida por Fabiano Contarato (PT-ES), com Alessandro Vieira (MDB-SE) como relator e Hamilton Mourão (Republicanos-RS) como vice-presidente. O plano de trabalho aprovado inclui:

Oitivas com autoridades e especialistas

Visitas técnicas a presídios, comunidades vulneráveis e centros de inteligência
Análise de documentos sigilosos
Definição de um calendário de depoimentos
Segundo Vieira, o objetivo é entender como o Estado brasileiro tem enfrentado o avanço das facções e identificar falhas na articulação entre os entes federativos. “Não se trata de uma CPI para gerar espetáculo político. Queremos respostas concretas sobre segurança pública”, afirmou.

Reações e expectativas

A convocação de autoridades de diferentes espectros políticos gerou reações no Congresso. Parlamentares da base governista demonstraram preocupação com o uso político da CPI, enquanto oposicionistas elogiaram a abrangência das investigações. Alessandro Vieira garantiu que a comissão atuará com imparcialidade e transparência.

A CPI do Crime Organizado promete ser um dos principais focos do debate político nos próximos meses, com potencial para revelar falhas estruturais na segurança pública e propor soluções concretas para enfrentar o poder das facções criminosas no Brasil.

Moraes e Alcolumbre se reúnem

No mesmo dia em que o Senado instalou a CPI do Crime Organizado, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), recebeu o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes para discutir medidas de enfrentamento à criminalidade no país.

A reunião, realizada nesta terça-feira (4), teve como foco o combate ao crime organizado e o uso de tecnologias para reforçar a segurança pública.

A CPI será presidida por Fabiano Contarato (PT-ES), com Hamilton Mourão (Republicanos-RS) como vice. Alessandro Vieira (MDB-SE) foi escolhido relator.

Alcolumbre afirmou que o Congresso está comprometido com soluções legislativas para proteger a vida dos brasileiros. “Nosso dever é contribuir de forma responsável e democrática com o fortalecimento da segurança pública”, disse.