O senador Jayme Campos (União-MT) declarou nesta segunda-feira (12) que identificou descontos irregulares em sua aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo ele, os débitos, que chegam a cerca de R$ 1 mil, foram realizados sem sua autorização.
A situação veio à tona após uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga um esquema bilionário de desvios em benefícios do INSS.
De acordo com as autoridades, associações e entidades se aproveitavam de cadastros fraudulentos, utilizando assinaturas falsas para descontar valores dos benefícios de aposentados sem consentimento.
As investigações da PF e da CGU apontam que, entre 2019 e 2024, o esquema causou prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões aos beneficiários do INSS.
As entidades investigadas inseriam aposentados em listas de filiação sem que eles tivessem solicitado ou autorizado a cobrança.
Segundo Campos, os valores foram descontados entre março de 2024 e abril de 2025 e só foram identificados após uma operação da PF realizada no último dia 23.
Ele afirmou que descobriu as irregularidades por meio de seu contador pessoal, que analisou os extratos da aposentadoria e identificou os débitos desconhecidos.
Uma das entidades mencionadas pelo senador é a Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas (Caap), que está entre as 11 associações sob investigação. Segundo a PF, essas organizações utilizavam dados falsificados para registrar aposentados como membros e efetuar cobranças indevidas.
A defesa de Jayme Campos afirmou que tomará todas as providências necessárias para recuperar os valores e buscar responsabilização dos envolvidos. O parlamentar declarou que, além de ser vítima do esquema, sente preocupação com o impacto da fraude em milhares de aposentados que podem ter sido lesados.
A operação da PF ainda está em andamento, e os investigadores devem aprofundar a análise das entidades envolvidas, além de identificar todas as vítimas do esquema.



