Líderes europeus e o governo ucraniano estão finalizando uma proposta de 12 pontos para encerrar a guerra contra a Rússia, com base nas linhas de batalha atuais. O plano, que ainda está em fase de ajustes, prevê um cessar-fogo imediato, retorno das crianças deportadas, troca de prisioneiros e garantias de segurança para a Ucrânia. Além disso, a proposta contempla o início do processo de adesão do país à União Europeia e a reconstrução financiada com recursos internacionais — incluindo ativos russos congelados.
O presidente dos EUA, Donald Trump, deve ter papel central na implementação do plano, por meio de um conselho de paz sob sua supervisão. A proposta segue a linha defendida por Trump, que defende a paralisação imediata do conflito “onde as tropas estão”, com negociações posteriores sobre os territórios. Após reuniões com Vladimir Putin e Volodimir Zelenski, o presidente americano afirmou que “já foi derramado sangue suficiente” e que é hora de encerrar a guerra.
Apesar do movimento diplomático, o Kremlin ainda resiste à ideia de congelar o conflito nas linhas atuais. Putin continua exigindo que a Ucrânia ceda toda a região do Donbas, que a Rússia tenta controlar totalmente desde 2014. Segundo autoridades europeias, não há sinais de que Moscou esteja disposta a recuar de suas exigências máximas. A Crimeia e outras áreas ocupadas, como partes de Zaporizhzhia e Kherson, continuam sob controle russo e são pontos críticos nas negociações.
A proposta deve ser apresentada formalmente após consultas com Washington e outros aliados. Uma cúpula da União Europeia em Bruxelas discutirá o tema nesta semana, incluindo novas sanções contra Moscou e o uso de cerca de US$ 300 bilhões em ativos russos congelados. O presidente Zelenski declarou que participará das negociações se for convidado e reiterou que qualquer acordo deve partir da situação atual no campo de batalha, sem concessões adicionais à Rússia.

