Os filhos têm até este sábado, dia 10 de maio, para comprar presentes para suas mães. As lojas estão preparadas para o movimento dos que deixaram para comprar presentes de última hora, seja no comércio popular, seja nos shoppings da cidade.
O Dia das Mães para o comércio brasileiro é o segundo mais importante em vendas. Só perde para o Natal.
Neste ano, as expectativas são consideradas moderadas, segundo o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da Associação Comercial de São Paulo. Ele aponta que fatores como a inflação ainda elevada, o alto custo de vida e os juros altos podem limitar o crescimento das vendas.
“Esperamos um crescimento entre 2% e 5% em relação ao ano passado, um avanço modesto devido ao cenário econômico”, explica Gamboa.
Ele destaca que o consumidor está menos confiante, impactado pela menor disponibilidade de crédito e pela preocupação com a renda.
O economista concedeu entrevista ao BC TV desta sexta-feira (9), para os jornalistas Germano Oliveira e Camila Srougi.
A pesquisa conduzida pela PiniOn para a Associação Comercial de São Paulo, com uma amostra de 875 entrevistados residentes no Estado de São Paulo, revelou que 46,2% dos consumidores pretendem comprar presentes no Dia das Mães. Outros 29,7% não têm intenção de presentear, enquanto 24,1% ainda estão indecisos. Comparado a 2024, houve um aumento na intenção de compra e uma redução no número de pessoas que não pretendem presentear ou que ainda não decidiram.
Dentre aqueles que planejam presentear suas mães, 39,3% pretendem gastar mais do que em 2024, enquanto 35,2% desejam gastar menos. A maioria (84,3%) deve investir entre R$ 50 e R$ 600, com maior demanda por produtos de uso pessoal, como roupas, calçados, acessórios, cosméticos, perfumes, flores e chocolates. “Esse perfil reflete a atual conjuntura: itens mais baratos e menos dependentes de financiamento estão sendo priorizados”, avalia Gamboa.
O estudo também revelou tendências de compra: 52,9% pretendem adquirir os presentes em lojas físicas, enquanto 38,3% devem optar por pequenos estabelecimentos. Além disso, 73,7% dos entrevistados afirmaram que não irão utilizar a antecipação do 13º salário para as compras da data, reforçando o caráter cauteloso do consumo neste período.
Sobre a decisão de compra, Gamboa explica que os principais fatores que pesam na escolha do consumidor são a falta de renda disponível, o acesso ao crédito e a insegurança econômica. “Os três fatores terminam se combinando e reduzem a confiança do consumidor. A situação atual, marcada pela inflação e pelo crédito mais caro, determina essa falta de confiança”, afirmou.
Ele também observou uma redução na intenção de compra de eletrodomésticos e eletrônicos, que eram opções mais frequentes em anos anteriores. “O que está prevalecendo são artigos de uso pessoal e, como eu disse, mais em conta, devido à situação atual”, concluiu Gamboa.
Com uma expectativa de consumo mais contida, o comércio aposta em promoções e opções de parcelamento para incentivar as vendas e conquistar consumidores indecisos nesta data especial.
Assista a entrevista completa acessando este link: