O ministro Flávio Dino: ouvir setores da sociedade para decidir sobre emendas Pix. (Foto: Senado)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou a realização de uma Audiência Pública no dia 27 de junho de 2025, para debater a constitucionalidade das chamadas emendas parlamentares impositivas—popularmente conhecidas como “emendas PIX” e “emendas de bancada”.

O objetivo do evento é reunir especialistas e entidades para fornecer subsídios técnicos ao STF, que avalia ações diretas de inconstitucionalidade sobre o tema.

O que são as emendas impositivas?

As emendas parlamentares impositivas permitem que congressistas direcionem recursos do Orçamento da União sem necessidade de aprovação do Executivo.

Esse mecanismo legislativo tem gerado intenso debate, com críticos apontando impactos na separação de poderes e no sistema presidencialista.

Diversos setores, incluindo o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), a Procuradoria-Geral da República e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), argumentam que essas emendas podem comprometer o processo orçamentário e facilitar o mau uso dos recursos públicos.

Os argumentos contra e a favor

Entre os principais argumentos contrários às emendas impositivas, destacam-se:

  • Risco à separação de poderes: possibilitam que parlamentares determinem despesas sem aval do Executivo.
  • Falta de transparência: podem ser utilizadas sem o devido controle, gerando riscos de corrupção e desperdício.
  • Comprometimento do processo orçamentário: desestruturam o planejamento fiscal tradicional, dificultando uma alocação eficiente dos recursos.

Por outro lado, defensores desse modelo argumentam que:

  • Fortalecem a representatividade: permitem que parlamentares atendam melhor às necessidades de suas bases eleitorais.
  • Garantem investimentos em setores estratégicos: viabilizam recursos para obras e projetos prioritários em diversas regiões.
  • Reduzem desigualdades regionais: ajudam a equilibrar o repasse de verbas para localidades historicamente desfavorecidas.

A decisão do Supremo – após a audiência pública – pode redefinir a forma como o orçamento público é gerido e alterar a dinâmica de relação entre Legislativo e Executivo. Caso as emendas sejam consideradas inconstitucionais, o Brasil pode enfrentar uma reconfiguração na maneira como os recursos são distribuídos entre os entes federativos.

Participação na audiência

A Audiência Pública será uma oportunidade para ouvir representantes de diferentes setores, acadêmicos e especialistas, garantindo um debate amplo e embasado. Com diversas visões em jogo, a expectativa é que o STF tenha um panorama detalhado para fundamentar sua decisão.

VEJA NA ÍNTEGRA O DESPACHO DE FLÁVIO DINO: