“O dia em que não escrevo quinhentas palavras fico mal”, confessou o ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos, hoje com 80 anos.
Ele encontrou na escrita uma tábua de salvação, uma forma de manter a sanidade após mais de três décadas de prisão, seguindo os passos de grandes nomes como Dostoievski e Graciliano Ramos, que também fizeram da literatura um refúgio.
Hosmany foi um famoso cirurgião plástico, ex-integrante da equipe de Ivo Pitanguy, que fez fama na alta sociedade carioca, mas teve a vida transformada quando foi preso em 1981 por diversas acusações.
Apesar da trajetória conturbada, ele se tornou um escritor reconhecido internacionalmente, com livros publicados pela renomada editora francesa Gallimard.
Sua história é contada em uma aguardada autobiografia ainda inédita, que traz a dedicatória “Para Marisa, meu amor”, em referência à sua amada, a jornalista Marisa Raja Gabaglia, já falecida.
O autor de um artigo sobre Hosmany, que estamos publicando hoje, é o jornalista Lucius de Mello. Mello permanece em contato com Hosmany, desde que nos anos 1990 fez reportagens exclusivas sobre a vida do ex-médico dentro e fora da prisão para o programa Fantástico, da TV Globo. Na época, lembra o jornalista, o programa registrou a maior audiência de todos os tempos: 40 pontos.
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